O Governo Federal sofreu um ataque hacker que atingiu os sistemas de nove ministérios e outros dois órgãos públicos. Diversas ferramentas estavam indisponíveis e sem previsão para o restabelecimento, conforme as informações até o fechamento desta edição.
Por volta das 12h dessa quarta-feira (24), profissionais dos órgãos atingidos receberam e-mail informando sobre “incidente cibernético”. “As equipes estão atuando para assegurar que os dados estejam íntegros e seguros. Ainda não há previsão para a conclusão do reparo”, cita o texto aos servidores ao qual a reportagem teve acesso.
Na mensagem, a Secretaria de Serviços Compartilhados afirma que os Ministérios atingidos são: da Gestão; da Fazenda; dos Povos Indígenas; do Planejamento e Orçamento; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; da Previdência Social; da Igualdade Racial; das Mulheres; além da Casa da Moeda Brasileira e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o ataque de ontem foi sobre o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) Multiórgão e algumas funcionalidades do Processo Eletrônico Nacional. O MGI acionou a Polícia Federal (PF) na manhã dessa quarta-feira e, a partir de então, as equipes da PF passaram a trocar informações com os técnicos do Ministério.
Por enquanto, a Polícia Federal atua na orientação de medidas de segurança a serem tomadas para proteção de dados e garantia da integridade dos sistemas. Não há ainda, no entanto, um procedimento formal instaurado. A PF deve investigar a origem da invasão e o alcance do problema a partir do momento em que o inquérito for aberto.
Até ontem, o MGI confirmou apenas o registro de instabilidade nas ferramentas, mas ainda monitorava os sistemas para identificar e avaliar eventuais danos e problemas decorrentes da ação. “O SEI dos demais órgãos não foi afetado, assim como os serviços ofertados ao cidadão via Gov.br. As equipes de TI [Tecnologia da Informação] já estão tratando o incidente para que os serviços sejam restabelecidos o mais breve possível”, cita a nota do Ministério.
Além disso, a Secretaria de Serviços Compartilhados orienta que os servidores busquem soluções alternativas para não haver paralisação de serviços e processos urgentes. Segundo a Agência Brasil, além da PF, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi acionada para investigar o caso.
Siafi
Em abril, criminosos invadiram o Sistema de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), usado na execução de pagamentos, e tentaram movimentar pelo menos R$ 9 milhões do Ministério da Gestão. O Tesouro Nacional, gestor do Siafi, implementou medidas adicionais de segurança para autenticar os usuários habilitados a operar o sistema e autorizar pagamentos.
ProUni
Já o Ministério da Educação (MEC), reforçou ontem que as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni) são gratuitas e que o canal oficial e exclusivo para o procedimento online é o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. As informações são da Agência Brasil.
O MEC fez a declaração após um site falso de inscrição ser retirado do ar. A página falsa tinha a mesma identidade visual da oficial para induzir o estudante a erro. Antes de ser derrubado, o site falso solicitava a inserção de dados do candidato para então direcioná-lo a uma mensagem falsa que dizia ser necessário o pagamento da taxa de inscrição de R$ 100 para finalizar o cadastro. A cobrança de qualquer valor para inscrição no Prouni é indevida e ilegal.